domingo, 21 de agosto de 2011

Interação Social

O estudo das redes sociais é proposto na análise de três elementos: aorganização, a estrutura e a dinâmica (RECUERO, 2005a, online). A organizaçãodos grupos sociais é observada a partir da sua interação social, ou seja, do conjuntode relações estabelecidas entre cada membro de uma comunidade
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com os outros.As relações entre as pessoas, entre cada membro de uma comunidade (seja elavirtual ou não), a forma como estas se organizam (estruturas sociais, escolas,trabalhos, meios de trocas de informação, regras e leis sociais) são interações realizadas por uma sociedade, divididas em diferentes grupos. Esses gruposinteragem com a finalidade de obter respostas a determinadas questões,estabelecendo assim, laços com pessoas que se identificam. Podemos dar oexemplo de uma firma. Dentro dela as pessoas interagem a fim de obterem umproduto final compatível no mercado. É comum (por várias pessoas trabalharem emum mesmo local) existirem trocas de laços, ou seja, a criação de amizades nos maisvariados graus. Tais “trocas” podem ser desde experiências, dicas no serviço, ajudaspessoais ou até mesmo o envio de mensagens banais. Tudo isso é aquicompreendido como capital social (discutiremos no próximo subcapítulo) e que seráfirmado pela interação social.A interação social é caracterizada pela emissão de sinais de um corpo paraoutro, com direito a reações frente a cada atividade e ao estabelecimento de umacomunicação (TURNER, 1999, p.62). No caso de grupos sociais, por exemplo, todosos integrantes sabem o significado dos seus sinais, códigos e gírias, tornando fácil ainteração comunicativa entre eles. As interações variam, obviamente, em seu graude categorização mútua.Rüdiger (2004, p.52) afirma que a interação proporcionada pela Internet“consagra-se pela desintegração da personalidade, a fragmentação das relaçõessociais e a representação do mundo como Babel do capital”, ou seja, ele considera ainteração social um fator extremamente importante para formar a identidade e paraa agregar de capital social a um determinado grupo. Isso indica que, sem aexistência de interações, de relações entre as pessoas de uma comunidade, estapassa a ter um grau de influência no universo virtual praticamente nulo,enfraquecendo a força social de seu grupo. Assim, a interação social, poderá, aomesmo tempo, fortalecer laços entre pessoas de um grupo, ela também irá promover a construção da identidade virtual do indivíduo, como nos mostra Ribeiro (2005,online) ao considerar a interatividade como “a fonte promotora da existência daidentidade virtual”, ou seja, graças à interação entre estes indivíduos,e são formadosconceitos, são trocadas idéias do considerado “bom ou ruim” para o grupo,moldando assim, os perfis dessas pessoas com a finalidade de se obter um lugar nasociedade. Isto significa que os membros de uma comunidade estãoconstantemente atribuindo valores a determinadas coisas ou situações, com o intuitode se manterem unificados em seus ideais.

Os grupos Sociais

1. Os grupos sociais
Grupo social: á a reunião de duas ou mais pessoas, interagindo umas com as outras, e por isso capazes de ação conjunta, visando atingir um objetivo comum.
Principais grupos sociais:
  • Grupo familiar – família;
  • Grupo vicinal – vizinhança;
  • Grupo educativo – escola;
  • Grupo religioso – igreja;
  • Grupo de lazer – clube;
  • Grupo profissional – empresa;
  • Grupo político – Estado, partidos políticos;
Características de um grupo social:
  • Pluralidade de indivíduos – há sempre mais de um individuo no grupo, coletivismo;
  • Interação social – os indivíduos comunicam-se uns com os outros;
  • Organização – todo o grupo, para funcionar bem precisa de uma ordem interna;
  • Objetividade e exterioridade – quando uma pessoa entra no grupo ele já existe, quando sai ele permanece existindo;
  • Objetivo comum – união do grupo para atingir os objetivos dos mesmos;
  • Consciência grupal ou sentimento de “nós” – compartilham modos de agir, pensamentos, idéias, etc. Ex: Nós ganhamos.
  • Continuidade – é necessário ter uma certa duração. Não pode aparecer e desaparecer com facilidade.
Classificação dos grupos sociais:
  • Grupos primários – predominam os contatos primários, mais pessoais, diretos, como a família, os vizinhos, etc.
  • Grupos secundários – são mais complexos, como as igrejas e o estado, em que predominam os contatos secundários, neste caso, realizam-se de forma pessoal e direta – mas sem intimidade – ou de maneira indireta como cartas, telegramas, telefonemas, etc.
  • Grupos intermediários – são aqueles que se alternam e se complementam as duas formas de contatos sociais (primários e secundários). Ex: escola.
2. Outras formas de agrupamentos sociais
Agregados sociais: é uma reunião de pessoas que mantém entre si o mínimo de comunicação e de relações sociais. Podemos destacar a multidão, o publico, e a massa.
Multidão: Ex: um grupo de pessoas observando um incêndio.
Características da multidão:
  • FALTA DE ORGANIZAÇÃO: não possui um conjunto de normas.
  • ANONIMATO: não importa quem faz parte da multidão.
  • OBJETIVOS COMUNS: os interesses, as emoções, e os atos têm o mesmo sentido.
  • INDIFERENCIAÇÃO: todos são iguais perante a multidão, não há espaço para manifestar as diferenças individuais.
  • PROCIMIDADE FISICA: os componentes da multidão ficam e contato direto e temporário uns dos outros.
Publico: é um agrupamento de indivíduos que seguem os mesmos estímulos. Não se baseia no contato físico, mas na comunicação recebida através dos diversos meios de comunicação. Ex: indivíduos assistindo a um jogo – todos que estão juntos recebem o mesmo estimulo - e não se trata de uma multidão porque todos que estão juntos foram com o mesmo propósito – assistir ao jogo – diferente da multidão, já que a reunião é ocasional.
Opinião publica: modo de pensar, agir, e sentir de um público.
Massa: é formada por indivíduos que recebem opiniões formadas através dos meios de comunicação de massa.
Diferença entre publico e massa: Publico – recebe a opinião e pode opinar.
Massa – predomina a comunicação transmitida pelo os meios de massa.
3. Mecanismos de sustentação dos grupos sociais
Toda a sociedade tem uma serie de forças que mantém os grupos sociais. As principais são a liderança, as normas e sanções sociais, os valores sociais e os símbolos sociais.
Liderança: é a ação exercida por um líder, aquele que dirige o grupo. A dois tipos:
Liderança institucional - autoridade varia de acordo com a posição social ou do cargo que ocupa no grupo. Ex: gerente de uma fabrica, pai de família, etc.
Liderança pessoal – autoridade varia das qualidades pessoais do líder (inteligência, poder de comunicação, atitudes). Ex: Getulio Vargas, Adolf Hitler, etc.
Normas e sanções sociais:
Normas sociais: regras de conduta de uma sociedade, que controlam e orientam o comportamento das pessoas. Indica o que é “permitido” e “proibido”.
Sanção social: é uma recompensa ou uma punição que o grupo determina para os indivíduos de acordo co o seu comportamento social. É aprovativa quando vem sob a forma de aceitação, aplausos, honras, promoções. É reprovativa quando vem sob a forma de punição imposta ao individuo que desobedece a alguma norma social. Ex: insulto, zombaria, prisão, pena de morte.
Valores sociais: variam no espaço e no tempo, em função de cada época, geração e cada sociedade. Ex: o que é bonito para os jovens nem sempre é aceito pelos mais velhos. As roupas, os cabelos, modo de dançar, as idéias, o comportamento, enfim, entram em choque com os valores sociais já estabelecidos e cultivados por seus pais, criando uma certa tensão entre jovens e adultos.
Símbolos: é algo cujo valor e significado é atribuído pelas pessoas que o utilizam. Ex: a aliança que simboliza a união de casais.
A linguagem é um conjunto de símbolos. Podemos dizer que todo o comportamento humano é simbólico e todo o comportamento simbólico é humano, já que a utilização de símbolos é exclusiva do homem. Sem os símbolos não haveria cultura.
4. Sistema de status e papéis
A posição ocupada por um individuo no grupo social denomina-se status social.
Status social: implica direitos, deveres, prestigio, e ate privilégios, conforme o valor social conferido a cada posição. Ex: os chefes de uma grande empresa têm muitas regalias – sala decorada, respeito dos funcionários – já os de posição inferior não possuem. Ou seja, tem status mais elevado.
Dependendo de como o individuo obtém seu status pode ser classificado como:
Status atribuído: não é escolhido pelo individuo, e não depende de si próprio. Ex; irmão caçula, filho de operário.
Status adquirido: depende das qualidades pessoais do individuo, de sua capacidade, e habilidade. São status adquiridos através de anos de luta e competição, supõe a vitória sobre os rivais. A pessoa demonstra superioridade. Ex: classe alta.
Papel social: são comportamentos que o grupo social espera de qualquer pessoa que ocupe determinado status social.Corresponde às tarefas e obrigações atribuídas de acordo com o status do individuo.
Status e papel são coisas inseparáveis e só os distinguimos para fins de estudo. Não há status que não corresponda a um papel social e vice-versa.Todas as pessoas sabem o que esperar ou exigir do individuo de acordo com o status ocupado no grupo ou na sociedade. E a sociedade sempre encontra meios para punir os indivíduos que não cumprem seu papel.
5. Estrutura e organização social
Estrutura social: é a totalidade dos status existentes num determinado grupo social ou numa sociedade.
Organização social: é o conjunto de todas as ações que são realizadas quando os membros de um grupo desempenham seus papeis sociais.
Assim, enquanto a estrutura social da a idéia de algo estático, que simplesmente existe, a organização social da a idéia de uma coisa que acontece.
A estrutura social se refere a um grupo de partes – ex: reunião de indivíduos – enquanto a organização social se refere às relações que se estabelecem entre essas partes.
Quanto mais complexa a sociedade, mais complexa e maior será a sua estrutura e organização social.
Tanto a estrutura quanto a organização social não permanecem sempre iguais. Elas podem passar, e passam com freqüência, por um processo de mudança social.
Por Gabriele Gonçalves

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Violência em Grupos Sociais


Interação Social

Por Inês Schinazi

Hora do rush, fones de ouvido colados nas orelhas. Todos aglomerados esperando o próximo trem. É como um filme mudo, com exceção daquele momento em que a música toca em nossas cabeças. Pode ser o que nós quisermos que seja. Trilha sonora personalizada.

Enquanto imaginamos o diálogo interno, uma banda surge. Difícil entrar nesse diálogo.

Finalmente dentro do trem, nós todos existimos em nosso próprio espaço. Ocupados, interagindo com a nossa própria “máquina”, (MP3 players, blackberries, IPhones, jornais digitais,) de forma isolada, enquanto nos esmagamos contra o que parecem dez milhões de corpos suados. Paradoxo. Presos em conjunto, e isso ainda irá muito além.

Como podemos definir “a interação social?” Nos dias de hoje, a maior parte da nossa “interação social” acontece através de e-mails, textos, sites e sites de relacionamento. Temos muito mais interação virtual do que cara-a-cara. Mesmo quando planejamos ser “cara-a-cara”, precisamos do virtual (texto, e-mail, facebook e, talvez, o telefone), provavelmente gastando muito mais tempo olhando máquinas que uns aos outros.

O Facebook pergunta: “O que você está pensando?”, pedindo um superficial raio-x do nosso pensamento. A maioria de nós aceita isso. Para olhar o perfil de alguém não há necessidade de interação, já que você pode literalmente ler a mente de alguém, ou pelo menos ler o que esse alguém quer compartilhar. Não é preciso perguntar como as pessoas estão. Não é preciso desejar ir mais fundo. Economizamos tempo. Muito limpo. Uma coleção de pensamentos está lá, muito fácil de alcançar. Estático e bruta.

O cyberespaço me faz lembrar da aglomeração dos metrôs. Estamos todos ligados e juntos através de Facebook, Twitter, blogs, etc. É literalmente possível saber exatamente o que as pessoas estão fazendo, pensando ou sentindo. No entanto, apesar de toda essa aparente “conexão”, os indivíduos provavelmente nunca estiveram tão distantes. Afinal, a maior parte da interação social significa falar com máquinas.
Em “Summer in the City”, Regina Spektor canta: “Verão na cidade, eu estou tão solitário, solitário, solitário, por isso, fui a um protesto apenas para esfregar-me contra estranhos”. Não importa quanto a tecnologia evolua e progrida. Não acredito que a aparentemente necessidade primitiva de “se esfregar” fisicamente vá desaparecer.