Por Inês Schinazi
Hora do rush, fones de ouvido colados nas orelhas. Todos aglomerados esperando o próximo trem. É como um filme mudo, com exceção daquele momento em que a música toca em nossas cabeças. Pode ser o que nós quisermos que seja. Trilha sonora personalizada.
Enquanto imaginamos o diálogo interno, uma banda surge. Difícil entrar nesse diálogo.
Finalmente dentro do trem, nós todos existimos em nosso próprio espaço. Ocupados, interagindo com a nossa própria “máquina”, (MP3 players, blackberries, IPhones, jornais digitais,) de forma isolada, enquanto nos esmagamos contra o que parecem dez milhões de corpos suados. Paradoxo. Presos em conjunto, e isso ainda irá muito além.
Como podemos definir “a interação social?” Nos dias de hoje, a maior parte da nossa “interação social” acontece através de e-mails, textos, sites e sites de relacionamento. Temos muito mais interação virtual do que cara-a-cara. Mesmo quando planejamos ser “cara-a-cara”, precisamos do virtual (texto, e-mail, facebook e, talvez, o telefone), provavelmente gastando muito mais tempo olhando máquinas que uns aos outros.
O Facebook pergunta: “O que você está pensando?”, pedindo um superficial raio-x do nosso pensamento. A maioria de nós aceita isso. Para olhar o perfil de alguém não há necessidade de interação, já que você pode literalmente ler a mente de alguém, ou pelo menos ler o que esse alguém quer compartilhar. Não é preciso perguntar como as pessoas estão. Não é preciso desejar ir mais fundo. Economizamos tempo. Muito limpo. Uma coleção de pensamentos está lá, muito fácil de alcançar. Estático e bruta.
O cyberespaço me faz lembrar da aglomeração dos metrôs. Estamos todos ligados e juntos através de Facebook, Twitter, blogs, etc. É literalmente possível saber exatamente o que as pessoas estão fazendo, pensando ou sentindo. No entanto, apesar de toda essa aparente “conexão”, os indivíduos provavelmente nunca estiveram tão distantes. Afinal, a maior parte da interação social significa falar com máquinas.
Em “Summer in the City”, Regina Spektor canta: “Verão na cidade, eu estou tão solitário, solitário, solitário, por isso, fui a um protesto apenas para esfregar-me contra estranhos”. Não importa quanto a tecnologia evolua e progrida. Não acredito que a aparentemente necessidade primitiva de “se esfregar” fisicamente vá desaparecer.
gostei muito
ResponderExcluirlegall mesmo violencia em grupos sociais ta por fora................
ResponderExcluirMuito bom o texto , ele retrata certamente como as pessoas hoje em dia , ficam muito mais tempos na frente de um computador conversando do que cara a cara , não havendo literalmente uma comunicação direta .
ResponderExcluirAfinal, a maior parte da interação social significa falar com máquinas.